domingo, 11 de março de 2012

Reflexões sobre a “Ingratidão dos filhos e os laços de família”


Por Dr. Elias Barbosa (1)


Se formos observar, em toda a Obra Kardequiana as mensagens de Aurélio Agostinho se relacionam sempre com a família, porque Santo Agostinho passou por sérios problemas familiares durante sua vida. Em primeiro lugar com relação ao seu pai, Patrício. O pai de Santo Agostinho era um homem complicado, com uma vida um pouco desregrada e um tanto quanto livre. Patrício era funcionário na prefeitura de Tagaste - na época província romana, hoje é a atual Argélia - mas ele se interessava pelo filho, notava que Aurélio Agostinho era muito inteligente, e queria que ele fosse estudar, fazer um curso, como a maioria dos pais desejam para seus filhos.

Graças à generosidade de um amigo de grandes posses de seu pai, chamado Romaniano, Aurélio Agostinho foi enviado para a cidade de Cartago, também na África, para estudar retórica. Nesse meio tempo, Agostinho arranjou uma namorada com a qual teve um filho chamado Adeodato (que significa a presença de Deus), que ele assumiu prontamente. E isso é da mais alta importância, porque nos sabemos que dentro da Doutrina Espírita, espíritos como Emmanuel, André Luiz e outros que comunicaram através de Chico Xavier, sempre chamaram a atenção para o sexo responsável.

Agostinho, portanto, assumiu e cuidou do menino. Mas a mãe de Aurélio Agostinho - Monica, posteriormente, Santa Monica - tinha uma ligação muito grande com ele; não diríamos incestuosa, mas uma ligação que Freud explicou com certa clareza em seu Complexo de Édipo. Ela se preocupava com exagero e ficou completamente arrasada com aquela situação do filho.

Mônica pertencia à raça berbere, que até hoje existe no norte da África, de nômades, e ela, mulher muito complicada, carregava certos costumes, como, por exemplo, levar comida para os familiares que haviam morrido colocando em suas sepulturas.

Aurélio Agostinho procurou de todas as formas, fazer com que sua mãe mudasse seu comportamento apegado, suas atitudes, mas em vão. A única coisa solução que ele encontrou foi se transferir para Roma – ele era professor de retórica nessa época. Mas para viajar ele teve que usar um artifício, uma mentira, que depois, com certeza, trouxe para ele um sentimento de culpa. Quando ia viajar para a capital do império, a mãe dele, um tanto quanto desconfiada, não desgrudava do filho e, o acompanhou até o porto. Aí então, Agostinho pediu à sua mãe que entrasse num templo que havia ali perto e fizesse uma oferenda e, disse a ela que iria até o navio ancorado levar uma “encomenda” para um amigo - era mentira. Na embarcação já estavam a sua mulher e o filho Adeodato, aguardando para partirem rumo a Roma. E naturalmente Agostinho não voltou. Ele deixou sua mãe “esperando” e seguiu viagem. Tempos depois, sua mãe, Mônica, também seguiu para Roma.

Em Roma, um grande amigo de Aurélio Agostinho, Alípio, queria que ele se casasse com uma garota de 12 anos, ele que já era um homem de 33 anos, e Agostinho falou ao amigo: “Eu não posso fazer isso, é um absurdo!”. E continuou com a namorada, mãe de seu filho, até que, certo dia, a senhora sua mãe chegou a Roma e exigiu que Aurélio mandasse sua mulher de volta para África e que não continuasse com aquele relacionamento de concubinato.

Veja, caro leitor, que relacionamento familiar é um assunto muito sério na vida de Santo Agostinho.

Há um livro de Aurélio Agostinho – “De Magistro” - em que o seu filho Adeodato participa do diálogo e, aí notamos que o garoto era de uma inteligência brilhante. Adeodato morreu com 16 anos de idade. Nesta época, Agostinho entrou numa depressão muito grave e, então, ele foi para um retiro campestre pensar em sua vida, encontrar um propósito para sua vida. Até que seu grande amigo Alípio sugeriu a ele que fosse para uma grande praça e lesse trechos das epístolas de Paulo e, assim ele fez. Abrindo a esmo a parte das epístolas, caiu no versículo Romanos 13:13, que diz: “Andemos honestamente, como de dia: não em glutonarias e bebedeiras, não em impudicícias e dissoluções, não em contendas e inveja”. Enquanto ele lia, ouviu uma voz de criança, que ele não sabia se era uma menina ou um menino, que apenas disse: “Toma e lê”. Ele abriu o Evangelho e sentiu que a partir daquele momento precisava seguir o Cristo. Havia necessidade, realmente, de mudar o rumo de sua vida. Assim, Aurélio Agostinho recebeu o amparo do bispo daquela localidade que propiciou meios e condições para ele estudar as Escrituras Sagradas e a vida dele prosseguiu, com sua mãe junto a ele, com seu amor doentio.

É bom saber disso para que pensemos na questão do apego (exagerado) que a maioria das mães tem pelos filhos. Sempre digo que a mãe não tem que se apegar aos filhos. A mãe tem que valorizar o marido e, deixar os filhos, para que eles sejam filhos do mundo. Tanto que há um médico italiano autor de um livro já traduzido para o português, em que ele cita o caso de outro médico que recebeu na condição de filho uma criança com severo retardo mental e, mesmo assim, este médico agradeceu a Deus por ter tido aquele filho, porque ele sabia que o único filho que é realmente do papai e da mamãe é aquele que tem um retardamento mental ou outras doenças incapacitantes. Filhos saudáveis são filhos do mundo! Em minha opinião, isso é muito importante para tomarmos cuidado com a forma como falamos dos filhos, porque, nós pais, temos a mania de dizer: “Meu filho, minha filha” e na verdade deveríamos falar: “Meu irmão, minha irmã” - que estão na condição atual de filho e filha. Somos todos filhos de Deus. A nossa mania de dizer “o meu isso, o meu aquilo” ocorre porque temos a tendência do amor possessivo.

O psicanalista alemão Erich Fromm nos mostra em seu livro a “Arte de Amar” que o amor possessivo é um amor infantil, imaturo, e este amor apenas prejudica as pessoas. O amor verdadeiro, maduro, deixa a pessoa amada livre para que possa seguir seu caminho. É libertador.

Mas voltando a Aurélio Agostinho, quando sua mãe faleceu em Roma, houve com ele um fenômeno mediúnico: ele viu o espírito da mãe e novamente entrou numa fase de depressão por causa desta situação. Observe, caro leitor, que Aurélio Agostinho precisava realmente escrever sobre a família porque ele viveu situações familiares um tanto quanto complicadas.
Agostinho foi contemporâneo de São Jerônimo – tradutor da Bíblia do grego para o latim - e ele, seguindo as ideias deste santo, passou a combater o sexo. Aurélio Agostinho tinha um bloqueio nesta área por causa de sua mãe, que, de forma inconsciente causou nele o que a psicanálise chama de “castração psicológica”. Assim, muito preocupado, passou a partir desta época a combater o sexo e chegou até a dizer: “O sexo está entre fezes e urina”, sendo que, como todos sabem, é através do sexo que o processo da reencarnação se processa.

Conhecendo melhor a vida de Santo Agostinho, é muito importante nos lembrarmos daquilo que ele diz sobre a ingratidão: “Quando eu sinto que uma pessoa agiu com ingratidão a meu respeito é porque o que eu fiz para aquela pessoa foi por orgulho, por interesse. Se faço alguma coisa a alguém com desprendimento eu jamais vou sentir ou achar que aquela pessoa é ingrata, ela naturalmente não me agradeceu, mas eu não estou preso à necessidade de agradecimento”.

Portanto, meus irmãos, o item do Capítulo 14 do Evangelho Segundo o Espiritismo intitulado “A ingratidão dos filhos e os laços de família”, escrito por Santo Agostinho, em Paris, 1862, vem mostrar que os filhos são espíritos que vem ao nosso encontro para acerto de contas - a grande maioria -, e outros para nos auxiliarem, nos darem forças, para que possamos prosseguir em nossa jornada, vencer aqueles obstáculos, superar aquelas dificuldades que nós não vencemos em vidas passadas.

Por conseguinte, nós, espíritas, precisamos estudar a Doutrina Espírita para entendermos essa mecânica da ligação do filho com a mãe e da ligação da filha com o pai, e compreendermos que o Complexo de Édipo, estudado por Sigmund Freud, pode ser explicado à luz da Doutrina Espírita, que dá explicação para tudo. No livro "Obreiros da Vida Eterna”, de André Luiz, através de Chico Xavier, nas páginas 32 a 34, há uma palestra no Nosso Lar do Dr. Barcellos, psiquiatra desencarnado, para várias pessoas, dentre elas André Luiz. E o Dr. Barcellos afirma que: “O que falta a Freud e seus seguidores é a noção dos princípios reencarnacionistas...”

Assim, lembremos que é preciso estudar a Doutrina Espírita todos os dias, imitar o nosso Chico Xavier que lia Allan Kardec diariamente. Devemos também ler e percorrer os livros recebidos por Chico Xavier e reler os livros não só de Emmanuel e André Luiz, mas também os livros dos poetas – “Antologia dos Imortais”, “O Parnaso de Além-Túmulo” etc.

Mas por que os poetas? Porque na poesia a comunicação é direta do inconsciente do poeta para o inconsciente do leitor. Isso explica a dificuldade das pessoas em ler poesias, pois elas podem ter medo de que o poeta leve até elas alguma coisa que seu inconsciente teme aceitar. Por exemplo, quando lemos as poesias de Cornélio Pires, aqueles personagens dele, na verdade, somos nós, ele usa aqueles nomes caipiras e roceiros, situações engraçadas e pitorescas para mostrar nossa realidade que, muitas vezes, não queremos ver.

Portanto agradeçamos a Deus poder estudar a Doutrina Espírita e peçamos a Ele para que continuemos firmes na prática do bem tanto quanto possível, sempre nos identificando com o Cristo em Espírito e Verdade! (2) (3)

(1) Dr. Elias Barbosa é médico psiquiatra, professor e escritor espírita, nascido em 1934 e desencarnado em 2011.
(2) Esse trecho foi transcrito de uma palestra realizada por Dr. Elias Barbosa, quando ele comentava o Capítulo XIV de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, item 9 – Instruções dos Espíritos – “A ingratidão dos filhos e dos laços de família”, ditado por Santo Agostinho, Paris, 1862.
(3) Transcrição feita por Fernando Ferreira Filho, genro do Dr. Elias Barbosa.

quinta-feira, 1 de março de 2012

SINOPSE DO LIVRO MISSIONÁRIOS DA LUZ


Por Marco Aurélio Rocha(1)

Essa obra descreve vários processos mediúnicos e como se desenvolvem as providências do plano espiritual, antes, durante e após as reuniões mediúnicas. Nelas, são pormenorizados atendimentos a encarnados e desencarnados, sobressaindo preciosos ensinamentos.
Há descrição da sublimidade da reencarnação de um espírito, a partir da obra-prima que é a fecundação.
Raramente se encontrará na literatura espírita fonte igual de ensinamentos sobre a programação da existência terrena, que afinal de contas, não passa de uma etapa da bênção maior que é a vida!

SINOPSE - Capítulo a Capítulo

Cap 1 – O psicógrafo – É detalhada a participação de Espíritos protetores na reunião mediúnica, particularmente quanto à psicografia, cujos mecanismos psicossomáticos são detalhados. Muito útil aos médiuns psicógrafos.

Cap 2 – A epífise – É a glândula da vida mental. Segrega “hormônios psíquicos”: As funções espirituais dessa glândula, denominada “pineal” (forma de pinha) são trazidas para os ensinos espíritas, S.M.J., pela primeira vez. Tem potencial magnético controlador das glândulas genitais. Atua qual poderosa usina segregando unidades-força nas energias geradoras. É, sobretudo, a glândula da vida espiritual do homem encarnado.

Cap 3 – Desenvolvimento mediúnico – Demonstra as providências da Espiritualidade, preceden-tes à reunião mediúnica propriamente dita. Médiuns, à visão espiritual, apresentavam: um, "bacilos psíquicos" (larvas) da tortura sexual; outro, intoxicação alcoólica ampla, tendo pequeninas figuras horripilantes, vorazes, ao longo da veia porta...; uma médium, com o ventre superlotado de alimentação, vítima da excessiva alimentação, trazia voracíssimas lesmas (parasitos destruidores).

Cap 4 - Vampirismo – A. Luiz inaugura, no Espiritismo, o emprego das palavras "vampi-ro/vampirismo", quando trata de obsessor/obsessão (desencarnado, ainda rudemente fixado às sensações físicas, roubando energias e sensações deletérias de encarnado viciado em alcoolismo, tabagismo, toxicomania, sexo desvairado e, de forma geral, nos demais vícios);
- é registrado o problema da alimentação de carne e dedica especial atenção ao tratamento do ser humano para com os animais, acenando com uma "nova era", quando o homem cultivará o solo com amor e os respeitará (aos animais);

Cap 5 – Influenciação – Comentários sobre os Espíritos desencarnados, exploradores, que aguardam à porta dos Centros Espíritas a saída dos médiuns invigilantes... E ainda, sobre o abandono das reuniões mediúnicas, por parte dos médiuns...

Cap 6 – A oração – A.Luiz rememora suas atividades de médico terreno. Agora, diante de um “doente da alma”, vampirizado, como atendê-lo?... O Instrutor espiritual, em resposta, demonstra como a prece constrói fronteiras vibratórias: a oração é o mais eficiente antídoto do vampirismo. Há preciosa informação sobre os bilhões de raios cósmicos que a cada minuto descem sobre a fronte humana, oriundos do solo, da água, dos metais, dos vegetais, dos animais e dos próprios seme-lhantes — todos, sem contar os raios solares, caloríficos e luminosos; igualmente, emanam sobre cada um de nós, os terrenos, trilhões de raios psíquicos(!)

Cap 7 – Socorro Espiritual – É lecionado que à noite há mais facilidade para ajuda espiritual, quando os raios solares diretos não desintegram certos recursos dos cooperadores espirituais. Também é à noite que os encarnados sofrem os fenômenos desastrosos mais sérios da circulação, pela invigilância na criação de fantasmas cruéis, no campo vivo do pensamento.
O capítulo registra um caso de "moratória" (enfermo grave, prestes à desencarnação, que recebe energias que lhe acrescentam mais 5 meses de existência terrena).

Cap 8 – No plano dos sonhos – É citado o curso espiritual ministrado por Instrutor espiritual a 300 (trezentos) alunos, encarnados e desdobrados pelo sono, dos quais apenas 32 (trinta e dois) assimilam as lições. É sugerido como o sono pode ser excelente oportunidade de boas realizações e de aprendizado, além da chance de reencontro com parentes ou amigos desencarnados. Há o relato singular do pavor-pesadelo de um encarnado que ao dormir depara-se com um amigo desencarnado, sobre o qual fizera alusões desabonadoras durante o dia...

Cap 9 – Mediunidade e fenômeno – O capítulo explana sobre a necessidade de planejamento, disciplina e construtividade para todos os candidatos às atividades mediúnicas, os quais se iniciarão com trabalhos em pequenas tarefas, para depois, progressivamente, alcançarem grandes obras. Há interessantíssimo registro: o Espírito de Verdade é Jesus(!).
O desenvolvimento mediúnico não deve ser provocado. As expressões fenomênicas nos trabalhos mediúnicos deverão estar em plano secundário, pois o Espírito é tudo.

Cap 10 – Materialização – Mostra-nos este capítulo como Sessões de Materialização são trabalhosas, expondo seus grandes riscos para os médiuns, tendo em vista que poucos reúnem as condições espirituais que elas exigem: valores morais legitimamente consolidados.

NOTA: Lembramos aos leitores que estávamos em 1945 — reuniões de materialização aconteci-am quase como rotina... e ainda por cima, em residências...

Cap 11 – Intercessão – Atendendo à solicitação pungente de uma viúva (encarnada, desdobrada pelo sono) o Instrutor, levando A.Luiz, vai à residência dela. Lá, se deparam com inúmeros Espíritos desencarnados, familiares diversos, atraídos pelas vibrações pesadas e doentias dos encarnados. Esses Espíritos estavam envolvidos em círculos escuros, à mesa de refeições da família, absorvendo as emanações dos alimentos (pelas narinas). É explicado como tal se proces-sa: vampirização recíproca... É-nos mostrado o terrível ambiente de um matadouro, com Espíritos desencarnados atirando-se vampirescamente ao sangue dos animais abatidos. O capítulo mostra ainda o martírio de um suicida, atormentado pelo remorso de ter assassinado um amigo para roubar-lhe a noiva.

Cap 12 – Preparação de experiências – Registra providências no Planejamento de Reencarna-ções e os mapas dos futuros corpos físicos; trata ainda do interessante e raríssimo caso dos "completistas" (encarnados que aproveitam todas as oportunidades de evolução).
A medicina do futuro, certamente levará em conta o psiquismo, identificando-o como responsável, senão por todas, mas pela maioria das patologias.

Cap 13 – Reencarnação – (seguramente o mais importante de todo o livro) - Após comentários sobre o perdão e o sexo, descreve a sublimidade que é a reencarnação de um Espírito, a partir da obra-prima que é a fecundação. É focalizada a interessantíssima questão das “fecundações físicas” e das “fecundações psíquicas”, aquela, nascendo das uniões físicas, no domínio das formas, e esta, das uniões espirituais, nos resplandecentes domínios da alma. Somos informados que o corpo perispiritual, que dá forma aos elementos celulares, está fortemente radicado no sangue(!).

NOTA: Raramente se encontrará na literatura espírita fonte igual de ensinamentos sobre a programação da existência terrena, que afinal de contas, não passa de uma etapa da bênção maior que é a vida !

Cap 14 – Proteção – É citado que muitos são os casais “sem a coroa dos filhos”, por terem agido egoisticamente, desde o presente ou em vidas passadas. Há a informação sobre a reencarnação, que só se completa por volta de sete anos do parto.
É descrita a proteção espiritual na fase fetal e embrionária do ser humano.
Cap 15 – Fracasso – O capítulo é de grande densidade dramática, narrando como uma gravidez é interrompida por invigilância (aborto indireto) da mulher grávida que o pratica pela terceira vez: sai pela noite, em busca de prazeres mundanos; no amanhecer, perde aquele que lhe seria filho (o aborto é-lhe incensado por Espíritos que a vampirizavam e que por isso mesmo não lhe admitiam ser mãe, já que com um filho, não mais lhes daria atenção...).

Cap 16 – Incorporação – O capítulo demonstra todo o processo da psicofonia ("incorporação"). Um Espírito desencarnado é levado à reunião mediúnica do mesmo grupo de médiuns que participava, quando encarnado. A médium que o atenderá na reunião (à noite), horas antes tem graves problemas conjugais (marido alcoólico) e é-nos demonstrado o abençoado apoio espiritual que ela então recebe, mercê do seu devotamento.

Cap 17 – Doutrinação – Ao doutrinar Espíritos os médiuns acabam doutrinando-se...
Aqui vemos o Espírito de um sacerdote ser doutrinado por interferência de sua mãe (também desencarnada) que se responsabilizava por tê-lo induzido ao sacerdócio, quando encarnados, sendo que, ao contrário, ele renascera para elevada tarefa no campo da filosofia espiritualista. É citada uma interessante contrapartida das sessões de materialização: quando elas acontecem no Plano Espiritual, para que desencarnados sofredores sejam atendidos na doutrinação... por encarnados. Há explicações sobre a ocorrência da doutrinação, nas reuniões mediúnicas, justifi-cando porque às vezes ela precisa ser realizada por encarnados (doam seu “magnetismo huma-no”).

NOTA: O capítulo mostra como a Espiritualidade atende dois Espíritos necessitados:
- o primeiro desconhece a própria morte — vê, à distância, seus despojos em decomposição;
- o segundo, quer agredir aos encarnados, com auxílio da médium — vê-se diante de um esqueleto, de terrível aspecto (composto pelos Espíritos Instrutores), desistindo da agressão. Na nossa opinião, tão forte recurso de convencimento requer enorme prudência na sua aplicação por médiuns doutrinadores encarnados, pelo que o desaconselhamos.

Cap 18 – Obsessão – Trata da obsessão e da desobsessão: vários vingadores, sendo previamente doutrinados no Plano Espiritual, antes de se manifestarem pelos médiuns.
O capítulo sugere extrema cautela aos médiuns lidadores das obsessões, muitos dos quais adiantam diagnósticos apressados e fazem promessa de curas no campo físico...

Cap 19 – Passes – É narrado o caso de um encarnado, renitente na invigilância, que após ser atendido por dez vezes com socorro completo, será deixado entregue a si mesmo, só voltando a ser socorrido pela Espiritualidade após adotar nova resolução: receberá, por ora, alguma melhora, apenas.
Trata o capítulo, de forma detalhada, dos passes — especifica a necessidade de conhecimentos especializados, além de critério e responsabilidade por parte dos passistas.Ao serem descritas várias modalidades de passes, com movimentos das mãos, de alto a baixo, rotatórios e longitudinais, isso parece induzir-nos a ter muita cautela quando quisermos avançar críticas às técnicas dos passes...

Cap 20 – Adeus – O Instrutor espiritual irá para estágio em esferas mais altas.
Antes, promove reunião em “Nosso Lar” para as despedidas com seus inúmeros alunos, dentre os quais A.Luiz. Comovidos, todos, vêem o abnegado Instrutor orar com infinita beleza, “como se conversasse com o Mestre presente, embora invisível”.

(1) Marco Aurelio Rocha http://marcoaureliorocha5.blogspot.com