sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

DEPRESSÃO E MEDIUNIDADE


Por Fernando Ferreira Vieira da Silva Filho (1)

Fontes consultadas (2)

Nos dias atuais, aumenta cada vez mais o contingente de pessoas em estado depressivo, vagando de consultório em consultório, sem esperanças de cura, com tristes prognósticos de internação em um hospital psiquiátrico. Formam uma grande leva de pessoas tristes, cansadas e desanimados para quem a vida parece não ter lógica alguma e a morte parece ser uma tábua de salvação.

Porque são levadas a fazerem mesmo o que não querem e não gostam, porque não sabem dizer não. E porque, também, dizem coisas que nem mesmo pensam, acabam sendo consideradas doentes mentais e tratados como tal.

A ciência, que ainda carrega em seu bojo, a filosofia cartesiana, mecanicista, e é materialista, não aceita o fato de que o ser humano seja formado de um corpo físico e uma alma que o domina e dirige, e que sobrevive à morte do corpo como individualidade livre e eterna. Isto porque não consegue ver e registrar a alma como identifica um nervo sob seu bisturi, ou porque seus instrumentos de análise não a percebem e sua observação direta não o identifica. O pensamento, que é o Espírito em ação, não seria nada mais do que o resultado do jogo das partes do cérebro, assim como uma secreção inteligente sem outras implicações fora da mente humana.

Esta é um triste realidade que constatei no início do segundo milênio quando a ciência procura vida em outros sistema solares, tem mesmo a pretensão de explicar a origem do Universo, e ainda não conhece o próprio homem já que não descobriu que ele não é apenas corpo, mas corpo, Espírito e alguma coisa mais. Isto dois mil anos depois de Jesus ter trazido sua mensagem de eternidade da vida pela sobrevivência da alma, e a Misericórdia Divina ter enviado, há 154 anos, a Doutrina Espírita demonstrando experimentalmente a existência do Mundo Espiritual e sua interação com o Mundo Físico e os espíritos estarem fazendo operações espirituais de extrema importância e delicadeza, a fim de despertar essa ciência materialista e recalcitrante.

Todas as ciências que cuidam da mente como a psiquiatria, psicanálise e a psicologia, desde que não admitam o Espírito, que é a essência do ser, jamais poderão explicar uma doença espiritual, pelos seus métodos e sistemas de análise.

Sendo a depressão é uma doença de origem espiritual, uma fase avançada do processo obsessivo, resultante do assédio persistente de espíritos inferiores e sofredores sobre a mente do homem e dos que o circundam, logicamente, quem não acredita na alma não está em condições de conhecer-lhe a causa e muito menos de tratá-la.

Daí essa situação triste de tanta gente consumindo custosos medicamentos para apenas minorar, controlar, “domesticar” o sofrimento, sem atingir a causa do problema, uma vez que não resolvem a questão e acabam danificando o seu organismo, limitam sua capacidade mental e afetiva, tirando-lhe condições de trabalho e de sobrevivência, podendo se transformar num caos econômico para toda a sua família.

O que a medicina procura é minimizar os efeitos do comportamento do paciente para que ele possa conviver com os outros, e é isto que faz quando lhe prescreve um psicotrópico que diminui sua capacidade mental, sua vontade e sua memória, tornando-o apático, indiferente e, conforme a sua impregnação medicamentosa, um verdadeiro robô a se mover sem vontade própria e sem objetivo determinado.

Quando o medicamento não consegue isto, a família do deprimido, ignorando as causas de sua doença e cansada de suportá-lo, procura interná-lo num sanatório e é aí que coisas pioram ainda mais e condenam o doente a acabar verdadeiramente louco, tendo em vista interações medicamentosas, que podem ser destrutivas se mal prescritas e o convívio continuado com outros doentes.

Para que o leitor possa pensar sobre o assunto, vou utilizar de matéria antiga publicada pela Folha de São Paulo, em sua edição de 15/08/1996, página 7 do 3º caderno, iniciando por trechos deu um artigo assinado pela jornalista Noelly Russo.

“Os distúrbios mentais ameaçam encurtar a vida dos brasileiros. Alcoolismo, depressão e transtornos da ansiedade hoje são responsáveis por faltas no trabalho e até por aposentadorias precoces.

“Nos EUA, aonde esses distúrbios vêm sendo pesquisados, a depressão é a segunda maior causa de ausência no trabalho. Só fica atrás de problemas cardíacos. Os gastos e prejuízos chegam a US$ 43 bilhões por ano.

“No Brasil, ainda não há estatística sobre o prejuízo causado pela depressão. Os psiquiatras acreditam que um quadro semelhante ao americano exista no país.

“Estima-se que 15% das aposentadorias precoces estejam relacionadas a distúrbios psiquiátricos”, diz Jair Mari, diretor do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo.

“O Ministério da Previdência não possui dados sobre aposentadorias precoces por causas psiquiátricas. “A psiquiatria na aparece na mortalidade, por isso não existem dados disponíveis”, diz Mari.

“Segundo ele, os custos incluem consultas e medicamentos. “Sem tratamento, o custo aumenta. O deprimido falta ao trabalho ou tem capacidade de produção reduzida. O mau diagnóstico faz com que ele ou o Estado, gaste com exames e medicamentos inadequados.”

“Beny Lafer, diretor do Grupo de Estudos de Doenças Afetivas do Hospital das Clínicas da USP (Gruda), aponta a depressão como um dos distúrbios mais comuns entre os freqüentadores do Gruda.

“Muitas pessoas têm sua capacidade produtiva reduzida ou não conseguem trabalhar. Outros nem saem de casa.” Segundo ele, os sintomas aparecem e desaparecem.

“Quem já passou por uma crise depressiva tem 50% de chances de recaída. A probabilidade é de mais de 90% se houve três crises ou mais. Nesses casos, o tratamento não deve ser interrompido”, diz.

“No Brasil é possível estimar alguém com distúrbio psiquiátrico. Pode-se estimar que mais de 20% da população brasileira tenha algum distúrbio”, diz Valentin Gentil filho, presidente do conselho Diretor do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas.”

Segundo o psiquiatra inglês Stewart Montgomery, a depressão é uma doença que atinge 20% das pessoas em cada país do mundo. “É uma doença séria que dura a vida inteira. Ela prejudica tremendamente o doente e os que o cercam”, diz ele.

É um depoimento grave, mas que é a expressão da verdade, porque quando o paciente começa o tratamento não para mais; como apontei, não cura a depressão, apenas controla as reações e ações do paciente para que possa conviver com as outras pessoas e, por isto mesmo, como disse o médico inglês, “o tratamento dura a vida inteira.” Mas voltemos à transcrição.

“O inglês acredita que a ausência no trabalho provocada pela depressão é assustadora em todo o mundo. Segundo ele, a depressão é, em níveis mundiais, a doença que mais deixa o paciente de cama.

“O Banco Mundial fez um estudo que serviu para que os governos tomassem consciência de que é muito caro não cuidar do deprimido. Ele vai produzir menos, ou nada. Nesse caso, pode perder o emprego, passa a depender da família e, no mínimo, faz com que o Estado perca um contribuinte.

“A pior conseqüência da doença é o suicídio. Montgomery estima que 15% dos deprimidos cometam o suicídio. “Esse índice pode seu aplicado à maioria dos países. Isso porque a prevalência da doença é semelhante em todos os lugares.”

Ainda no mesmo Jornal e na mesma página, há outra matéria sob o título Conheça os distúrbios, da que também vamos transcrever alguns trechos.

“Os distúrbios psiquiátricos mais comuns são alcoolismo, depressão e transtornos de ansiedade, que incluem além de crise de ansiedade, pânico, fobias e manias.

“A depressão é considerada hoje como uma doença séria e qual interfere de maneira nociva na vida do doente. Os principais sintomas são insônia, tristeza persistente, desânimo, alteração no apetite, fadiga, falta de energia, baixa produtividade e perda de prazer (libido).

“A diferença de um estado depressivo e de uma crise está na identificação de pelo menos cinco dos oito sintomas, que manifestam, pelo menos, por duas semanas, de acordo com uma escala criada pelo médico inglês Stewart Montgomery, no final da década de 70.

“Os transtornos de ansiedade provocam estado de excitação e medos. O paciente que tem esses transtornos tem dificuldade de concentração, mal-estar físico, angústia e sensações desagradáveis como a taquicardia, tensão e perturbações estomacais.

“Os estados de ansiedade como pânico e fobias pode impedir a pessoa de sair de casa ou exercer determinadas funções.

“Uma pessoa com Síndrome do Pânico pode, por exemplo, vivenciar o terror de sair de casa com medo de morrer.

“A ansiedade, por outro lado, pode estar relacionada à depressão. Isso acontece quando o doente alterna estados de apatia profunda com euforia exagerada.”

Esses diversos depoimentos e notas podem dar uma idéia do tamanho do problema da depressão e de suas implicações sociais, especialmente da triste sorte reservada àqueles que são levados a esse estado de triste amargura.

Antes de abordar o assunto sob o ponto de vista espírita, no entanto, vou retirar do mesmo caderno Três, do mesmo Jornal, página 8, algumas considerações sobre os medicamentos ansiolíticos (calmantes), transcrevendo o artigo intitulado Substância reduz insônia, abaixo:

“A substância mais comum encontrada nos tranqüilizantes hoje é chamada de benzodiazepínico. Ela reduz a ansiedade, acalma e combate a insônia.

“Essa substância é usada por médicos para o tratamento de doenças como a epilepsia, porque combate convulsões.

“Também é usada no tratamento de dores fortes, alcoolismo, depressões e distúrbios de ansiedade.

“A maior crítica que se faz sobre os medicamentos benzodiazepínicos é que causam dependência.

“Os benzodiazepínicos também causam sonolência, amnésia, lapsos de memória e diminuem o reflexo dos usuários. Provocam lesões graves em gestantes. Se misturados com álcool, os benzodiazepínicos podem levar ao coma.

“A interrupção abrupta no uso desses medicamentos também tem conseqüências desagradáveis. Podem aparecer tremores, taquicardia, sudorese, diarréias, ansiedade, formigamento no corpo, entre outros.”

Eu trouxe, a você caro leitor, estas informações veiculadas pelo jornal A Folha de São Paulo, que as colheu em fontes altamente técnicas e insuspeitas, para que possa falar sobre o aspecto espírita da questão, da doença de cunho espiritual que Allan Kardec, desde o início de seu trabalho, chamou de obsessão, e que, de acordo com o grau de dominação, pode-se transformar em fascinação e possessão.

De modo geral, todas as pessoas podem ser influenciadas pelos espíritos que nos rodeiam, no entanto, no meio da multidão, numa porcentagem cada vez mais crescente, há uma categoria de pessoas que, pelas predisposições de seu organismo e pelos seus compromissos de ordem espiritual, estão muito mais propensas a receberem a influenciação dos espíritos, a servirem de intermediárias entre estes e os homens, gozando das mais variadas faculdades para esse intercâmbio.

São as pessoas chamadas de médiuns, medianeiras, justamente pela natureza de suas faculdades, como acima se explicou.

Por outro lado, é preciso frisar que ninguém renasce com uma espécie de carimbo que o identifique como médium. Também é preciso esclarecer que, para ser médium, não há necessidade de que o indivíduo seja Espírita, freqüente um Centro Espírita, ou receba de outra pessoa as suas faculdades.

Como o indivíduo já vem dotado de faculdades mediúnicas, pode-se dizer que elas são inatas, e o segue vida afora, sujeitando-o a todas as suas implicações: os pensamentos e fatos inusitados que ele mesmo não compreende, e os outros muito menos.

Mencione-se ainda que suas faculdades, dependendo do grau e da natureza delas, desabrocham desde cedo, em tenra idade, geralmente as faculdades de ver – vidência – e de ouvir – audiência, além de outra faculdade que Allan Kardec chamou de a faculdade de sentir os espíritos.

É enorme o número de pessoas dotadas de faculdades mediúnicas, de todos os gêneros, que desconhecem essa sua particularidade e são muito prejudicadas pelos espíritos inferiores que pululam ao nosso lado, e que não hesitam em se imiscuir em sua mente, em seus interesses, impondo-lhes pesado fardo de provações, tais como a desarmonia e desmantelo dos lares, provocação de brigas e de crimes, viciação de todos os gêneros, doenças e até mesmo a morte do corpo físico pela exaustão do fluido vital da pessoa atacada, ou vampirizada.

Todas essas intervenções de espíritos malfazejos, de modo geral, provocam depressão no indivíduo visado, com todos os seus sintomas característicos como insônia, tristeza persistente, desânimo, alteração do apetite e do humor, fadiga, falta de energia, baixa produtividade, perda de prazer (libido), para citarmos os sintomas com os quais a medicina moderna, identifica a depressão.

Assim, penso que, a imensa maioria dos casos de depressão, nasce de um processo obsessivo, da ação persistente e negativa de espíritos malévolos sobre a pessoa visada.

Por isso, sempre sugiro aos meus clientes, seja qual for a sua religião, que façam um culto ao Evangelho, começando com uma prece dirigida a Deus, aos santos e/ou amigos espirituais, seguindo a isto, a leitura (em meia voz) de um trecho (aberto a esmo) do Evangelho ou Novo Testamento e, terminando com uma prece de agradecimento ao Pai Maior. Peço ainda, que iniciem algum trabalho voluntário, em sua comunidade religiosa, para que exercitem a caridade em favor de seus semelhantes mais necessitados. Que os levará a uma autoreforma, ajustes de conduta íntima e a uma harmonização de seus conflitos existenciais.

É de bom alvitre levar tratamento médico, junto ao tratamento espiritual, porque ambos, com certeza, trarão ao doente o alívio de seus sintomas e uma esperança e até a remissão total de sua doença.

(1) Fernando Ferreira V. S. Filho é psicoterapeuta credenciado. www.harmoniacomflorais.com

(2) Fontes consultadas:

Franco, Divaldo - Tormentos da Obsessão.

Menezes, Bezerra - Loucura sob novo prisma. Feb
Dalgalarrondo, Paulo - Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais, 2ª Ed. Artemed.

Gentile, Salvador – Depressão. Cura-te a ti mesmo.

Departament of Health and Human Services: Depression is a Treatable Illness: A patient´s Guide DHHS Public Health Service. 1993.

Jornal Folha de São Paulo - em sua edição de 15/08/1996, página 7 do 3º caderno.

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